Seca reduz produção e exportação
Carro-chefe da fruticultura no Rio
Grande do Norte e responsável pela maior fatia de tudo que o Estado
exporta em termos de frutas frescas, o melão produzido em solo potiguar –
assim como as demais culturas irrigadas – está passando por maus
bocados em decorrência da seca prolongada. Depois de três anos de chuva
abaixo do normal no RN, os aquíferos nas regiões produtoras estão
secando e a consequência é a redução de áreas plantadas e de produção.
Os números já mostram um reflexo disso: comparando os primeiros
semestres de 2013 e 2014, a exportação de melão caiu 15%, percentual que
deve se manter até o final do ano. O desempenho é explicado pela seca,
mas também pelo fato de o mercado doméstico, com preços favoráveis, ter
absorvido mais produção.
Castanha de caju também sofre prejuízos no RN
Segundo produto da pauta de exportações
do Rio Grande do Norte – vindo logo depois do melão –, a castanha de
caju também está sendo prejudicada pela seca.
Embora o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDICE
aponte um aumento no volume exportado (de 2.496.724 para 2.655.309 kg)
na comparação dos oito primeiros meses de 2013 e 2014, produtores dizem
estar enfrentando problemas.
Caso de Manoel Cristiano da Cunha, que
faz parte de uma cooperativa de 56 produtores no município de Assu.
Segundo ele, com a falta de água, 80% dos pomares da cooperativa
morreram.
Na contramão do melão, exportação de mamão sobe
Enquanto a exportação de melão caiu,
aconteceu o contrário com o mamão, produto bastante cultivado no litoral
potiguar, que não sofre com o problema da seca. Segundo números do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as vendas
da fruta para o exterior aumentaram em 74,70% de 2013 para 2014, levando
em consideração os oito primeiros meses.
A Caliman Agrícola,
empresa que tem sua matriz no Espírito Santo mas que também atua no Rio
Grande do Norte com duas fazendas, uma delas em Pureza, é a maior
produtora/exportadora de mamão variedade Golden do mundo e tem
contribuído para esse percentual.
O clima do RN garante a
regularidade na produção durante o ano todo. “Por estarmos no litoral,
temos água em abundância”, diz o gerente agrícola da Caliman, José Amaro
Miranda. De acordo com ele, saem da fazenda de Pureza 700 mil kg de
mamão/ano, que são vendidos para as Ceasas de todas as capitais do
Nordeste, sendo que 30% de tudo é exportado para o mercado europeu.
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